O Cuidado com as Fórmulas Mágicas

Depois de um tempinho sem atualizar o blog, estamos de volta e sem previsão de nova parada!


Ontem um amigo veio me perguntar sobre um fundo de investimento em ações que estava rendendo constantemente mais de 1% a.m. Mas nos últimos 3 meses (devido a maior volatilidade na bolsa de valores) fechou negativo. Ele queria se eu achava ser uma boa opção de investimento.


Primeiramente, chamei a atenção dele que a rentabilidade passada não garante que o futuro será tão promissor quanto (uma prova disso são os 3 últimos meses do fundo!), pois quando o mercado cai como um todo, pouquíssimos conseguem se segurar no positivo.


Depois quis saber o porquê da preocupação em ter mais de 1% de rentabilidade mensal. Ele me apresentou um plano para ficar milionário em 30 anos juntando R$300 por mês e com uma rentabilidade real (acima da inflação) de 1% a.m. Dei os parabéns pelo planejamento, com certeza esse é o primeiro passo para o sucesso financeiro. Mas precisei dizer a ele, que conseguir essa rentabilidade não é tão fácil quanto os livros ou os “gurus” fazem parecer. Para conseguir alcançar o planejado sem risco de insucesso, teria que ser possível arrumar um investimento em renda fixa que te pagasse isso por 30 anos. Porém, este não existe. Será preciso invesir em Renda Variável (RV - ações, derivativos, etc) para alcançar esse objetivo.


Quando falamos em RV, toda a certeza dos nossos cálculos se perde. Pois, não temos nenhum garantia de conseguir qualquer rentabilidade (como o próprio nome diz, ela é variável). Então qual seria a solução para isso? Seria impossível alcançar? Claro que não! Não vou dizer que seja fácil, mas pode ser totalmente viável. Estudo sobre finanças e educação financeira ou a contratação de um consultor, são essenciais para quem possui metas como essa. Temos vários casos de ações subindo tanto que você ficaria milionário bem antes de 30 anos! A dificuldade é saber quais serão as próximas!


Por exemplo, o valor das ações do Itaú entre 1994 e 2006 multiplicou por 24, ou seja, 2.300% de rentabilidade! Fazendo uma conta de forma aproximada: multiplicar por 24 em 11 anos é o mesmo que render 33,5% a.a. Com um invest que ta de forma aproximada, multiplicar por 34 em 11 anos infelizmente nimento de R$3.600 anuais (300 por mês), contando que você investe todo o dinheiro no fim do ano de uma vez (para simplificar a conta). No fim de 11 anos seu patrimônio seria de aproximadamente R$362 mil. Mas como você poderia advinhar que elas iriam subir tanto? Aí está a importância da análise de ações, ajudando a escolher as ações certas no momento certo. Pois, nada garante que as ações do Itaú se valorizarão tanto assim nos próximos 11 anos, você precisa descobrir quem será a bola da vez!


Não basta planejar, precisamos acompanhar os investimentos e fazer adaptações ao longo do caminho para que nossos objetivos arrojados sejam alcançados!


Caso tenha ficado alguma dúvida envie-nos um email ou deixe seu comentário.


Rafael Rocha

Empobrecimento x Enriquecimento

Recentemente estive em uma palestra, na qual o palestrante fez referência ao impostômetro (medidor, elaborado pela Associação Comercial de São Paulo, da quantidade de impostos que a população brasileira paga durante o ano) e pude observar a indignação das pessoas quanto à quantidade de impostos que pagamos.

Realmente, nós brasileiros, temos uma das maiores cargas tributárias do mundo, e a revolta das pessoas é um comportamento compreensível, mas o que realmente achei curioso, é que as pessoas não demonstram essa indignação em relação a pagar altos juros pelos seus empréstimos.

Nunca vi uma iniciativa semelhante a essa, em relação ao que o brasileiro médio paga de juros ao ano. Com certeza, em nenhuma das duas situações, o dinheiro desembolsado será adicionado ao seu patrimônio, mas o dinheiro pago em impostos apresenta algum retorno para a população (por menor que seja), enquanto os juros, não! Os impostos são obrigatórios, enquanto os juros, você que escolhe pagar. Os impostos são um percentual fixo do seu salário ou dos seus gastos, enquanto os juros podem crescer indefinidamente!

O que a maioria das pessoas parece não compreender, é que o comportamento de fazer dívidas a juros altos leva a um ciclo vicioso, que acaba tomando grande parte do seu patrimônio. Pagar juros é um processo de empobrecimento!

Então qual a solução? A solução é tomar o caminho inverso: investir! Sentar-se do outro lado da mesa, colocando-se numa posição de credor, e não de “pagador”. Receber juros no lugar de pagar juros: esse é o processo de enriquecimento!

Muitas pessoas sonham em ficar ricas de uma vez só, ganhando uma única bolada, mas, para a maioria das pessoas, o enriquecimento é um processo lento e contínuo, em que o seu patrimônio cresce como uma bola de neve.

Atualmente, em qual dos dois processos você se encaixa melhor?


Bruno Lacerda

Warren Buffet e o Investimento em Valor

Sempre me interessei por análise fundamentalista e gosto muito de estudar tanto a teoria, quanto as biografias dos grandes investidores que seguem essa filosofia. Quando penso nela duas coisas vem a minha mente rapidamente, o nome Warren Buffett e o princípio usado por ele de investimento em valor.


Warren Buffett é considerado um dos maiores investidores do mundo e com razão. Boa parte da sua fortuna vem de investimentos no mercado financeiro e ele a alguns anos está sempre entre os mais ricos do mundo no ranking da revista Forbes. Porém, o mais interessante sobre ele são seus conceitos de investimento. Buffett compra ações como compra empresas, para ele não faz diferença se está comprando um negócio inteiro (a empresa toda) ou parte dele (ações). Ele exige que este possua Valor.


Mas o que é esse conceito de valor? Este abrange muitas facetas, mas no geral, significa comprar boas empresas. Ou seja, negócios com boa gestão e bons números (indicadores financeiros). É não comprar ações como simplesmente papeis que sobem e descem de preço, elas são partes de um todo (empresa), pesquise sobre o todo! Descubra como estão os indicadores, quais são as perspectivas futuras, as chances de o negócio crescer.


A vida deste senhor de 79 anos foi dedicada a pesquisa de empresas. Buffett ia fundo em suas análises. Procurava saber quem eram os gestores, o que eles pensavam para o futuro da empresa. Via os balanços e se informava sobre sua saúde financeira. Estudava seu mercado e perspectivas futuras. E tudo isso antes de comprar as ações. Nessa etapa ele descobria quanto gostaria de pagar pelos papeis da empresa, sem se importar com o valor destes no mercado. Consciente do preço que estava disposto a pagar (o Valor do conceito) ele esperava uma oportunidade de comprar ações a preços abaixo deste. Em geral isso ocorre durante as crises, pois são nesses momentos que as ações ficam mais baratas. Pela análise, ele chega a conclusão que a empresa tem boas chances de crescimento futuro, por isso, quanto mais baixo o preço, melhor negócio ele está fazendo, independente das tendências do mercado.


O investimento em valor consiste em escolher bons papeis e esperar o momento para comprá-los barato. Não adianta você comprar uma boa empresa cara demais. Se o preço está muito elevado isso reduz a possibilidade de crescimento futuro. Quanto mais barato melhor!


Este grande investidor merece muito mais que um post e com certeza voltará em textos futuros. Este foi apenas um conceito de sua grande filosofia de investimento. Com certeza um exemplo a ser seguido, e um exemplo de indiscutível sucesso!


Rafael Rocha

Galeria de Valores – CCBB


O Centro Cultural Banco do Brasil tem uma exposição permanente que conta a história da moeda, no Brasil e no Mundo. Lá é possível ver moedas de vários países e épocas, relembrar os nossos inúmeros planos que antecederam o Real, além de algumas raridades e curiosidades, como o processo de fabricação do papel moeda. A entrada é gratuita.

Horário: terça a domingo, das 10 às 21h.
Endereço: Rua 1º de março, 66 – Centro – Rio de Janeiro – RJ


Bruno Lacerda

O Efeito Manada

Hoje em dia as pessoas estão tomando consciência que precisam aprimorar seus investimentos. A popular caderneta de poupança rende muito pouco e para conseguir rentabilidades interessantes o investidor precisa sofisticar suas aplicações. O problema começa aí! Qual é a maneira corriqueira de alguém acessar novos tipos de investimento?


Chegar no gerente do banco e perguntar por recomendações é uma das mais comuns. Mas você não acha estranho perguntar qual o melhor produto (fundo de investimento) para quem o está vendendo? No fim das contas, ele vai te indicar o que é mais vantajoso para ele e não exatamente para você.


Outra atitude comum é o Efeito Manada, que nada mais é que copiar a maioria. Indicações do vizinho, do tio ou do amigo são aceitas sem nenhuma análise crítica. Um exemplo clássico desse tipo de comportamento pôde ser observado na crise do subprime (como ficou conhecida a queda de mais de 50% da bolsa no segundo semestre de 2008). Conhecidos meus assustados com a queda, venderam suas ações a preços muito baixos. Assumiram prejuízos enormes, só porque todos estavam vendendo e a bolsa caindo. Nesse momento, quem estava atento percebeu que algumas empresas estavam sendo negociadas a preços irrisórios comparados com seus fundamentos. Sem sofrer nenhuma ou apenas uma pequena conseqüência da crise. Esses eram os investidores que estavam comprando as ações dos desinformados. Resultado, em 2009 o IBovespa (principal índice da bolsa de valores) subiu mais de 80%, contrariando o catastrofismo de 2008. Vemos com esse exemplo, que quem não se deixou levar pelo pessimismo generalizado e manteve o olho nos fundamentos das empresas, conseguiu se dar muito bem. Boas empresas sempre acabam se recuperando, basta você saber selecioná-las!


Não estou dizendo pra ninguém se transformar no “Do Contra” (personagem da turma da Mônica) e agir sempre contrário a maioria. Mas apenas destaco a importância de não nos deixarmos levar pela manada sem analisar friamente a situação em que estamos. Nas grandes crises aparecem as grandes oportunidades (como se fosse uma liquidação de ações), nos grandes momentos de euforia (grandes altas) estão as melhores chances de realizar os lucros, vendendo seus ativos. Porém, perceba que essas decisões devem ser tomadas através de analises criteriosas, não somente seguindo dicas ou notícias de jornal.


Percebam a importância da Educação Financeira, esta lhe fornece as ferramentas necessárias para construir opinião sobre seus investimentos. Com ela é possível realizar um julgamento crítico dos palpites e sugestões, tantos dos profissionais do mercado quanto de leigos, evitando entrar em “furadas” ou perder oportunidades.


Nós da BRV Investimentos temos como objetivo difundir a Educação Financeira e desejamos que vocês sejam capazes de tomar suas próprias decisões no que diz respeito a finanças e investimentos. Contate-nos para dúvidas ou sugestões! São sempre bem vindas e nos ajudam a melhorar o conteúdo do Blog!


Rafael Rocha

Índice de Sharpe

Imagine que você está diante de duas oportunidades de investimento: o investimento “A” promete um retorno de 12% sobre o seu capital, enquanto o investimento “B” promete um retorno de 15%. Qual deles você escolheria? A resposta parece bem óbvia, mas e se eu adicionasse a informação que a aplicação em “A” é praticamente isenta de risco, enquanto a aplicação em “B” apresenta uma grande probabilidade de você perder todo o capital investido. Essa informação mudaria a sua escolha, não é mesmo?

O Índice de Sharpe é um método amplamente utilizado para medir o retorno de uma determinada carteira de investimentos em função do risco, ou seja, permite ao investidor saber se ele está sendo bem remunerado pelo risco que está correndo.

Suponha podemos optar por dois fundos de investimento, cujo objetivo deles é permanecer acima do CDI. O primeiro passo é calcular a diferença entre o rendimento do fundo e o rendimento do benchmark (referência para comparação), ou seja, o quanto o fundo rendeu além do CDI. Pegando amostras mensais dos últimos 2 anos, teremos um total de 24 amostras. O passo seguinte é calcular a média aritmética dessas amostras (somar todas e dividir pelo número de amostras).

O cálculo do índice é feito por uma divisão. No numerador está a média das diferenças entre o resultado do fundo e o resultado do benchmark. No denominador está o desvio padrão dessa diferença.

O numerador nos fornece informação sobre o desempenho do fundo, enquanto o denominador nos fornece informação sobre o risco assumido para ultrapassar o benchmark. A melhor escolha será pelo fundo que tiver um IS maior. Um IS negativo significa que teria sido mais vantajoso investir no benchmark.

O Índice de Sharpe é uma ferramenta de comparação, e para fazer uma comparação precisamos de dois objetos e um mesmo referencial. Para que a comparação seja justa, é importante que sejam respeitados os mesmos critérios de cálculo (mesmo número de dados dentro do mesmo período de tempo – quanto mais dados, mais confiável será o índice).

Ficou com alguma dúvida? Mande-nos um email que teremos prazer em responder. Não esqueça de responder a nossa enquete!


Bruno Lacerda

Análise Fundamentalista x Análise Técnica

Se você está começando a se informar sobre o mercado de ações, certamente já viu ou vai ver em breve os termos “análise fundamentalista” e “análise técnica”. Mas o que são essas análises e qual a diferença entre elas? Como escolher uma?

Essas análises são as metodologias utilizadas pelos investidores para avaliar se uma ação é atrativa ou não.

A análise técnica é mais popular entre os investidores de curto prazo (traders). O principal objetivo dessa metodologia é tentar determinar as tendências dos movimentos de mercado, ou seja, prever se o mercado vai subir ou descer num futuro próximo. Para determinar se está no momento de comprar ou vender uma determinada ação, são usadas algumas ferramentas estatísticas em conjunto com gráficos do histórico de preços dessa ação. Em geral é uma avaliação rápida, mas exige que o investidor tenha tempo para acompanhar o mercado para não perder as oportunidades – principalmente o momento de vender.

A escola fundamentalista é mais popular entre os investidores de longo prazo. O objetivo dessa metodologia é tentar definir o valor real de uma determinada ação. Para isso, é feita uma avaliação de toda a empresa, através dos balanços e das variáveis macroeconômicas. Dessa forma, pode-se saber se as ações dessa empresa estão caras ou baratas, já que a ação corresponde a uma fração conhecida da empresa avaliada. O processo é mais demorado do que na análise técnica, mas não exige acompanhamento tão grande das variações do mercado.

Existem representantes de peso das duas escolas. O investidor mais famoso e também mais rico do mundo, Warren Buffet, é um representante da escola fundamentalista. Os bancos de investimento tendem a incentivar o uso da análise técnica, pois o lucro deles provém da corretagem sobre operações que o investidor realiza, ou seja, quanto mais investidores de curto prazo, melhor para o banco.


Bruno Lacerda