Inflação, um problema para todos nós!


Quem já tem uns 25 ou 30 anos, com certeza lembra dos tempos de alta inflação que o Brasil viveu num passado recente. Os preços das mercadorias mudavam diariamente. Eram feitas compras enormes, que seriam consumidas num mês inteiro ou num intervalo de tempo ainda maior, pois não se sabia o quão mais caro estaria o mesmo produto no futuro. Tempos ruins, de planejamento financeiro complicado, já que não se tinha ideia de quanto as coisas custariam no próximo mês (na próxima semana ou mesmo no dia seguinte). Taxas de juros altíssimas. Aposto que as pessoas que vivenciaram esse período não têm dificuldade de entender o poder destrutivo que a inflação pode causar no nosso bolso.


Inflação é a alta generalizada de preços. Os índices de inflação medem o nível geral dos preços, ou seja, o quão mais cara, ou barata, a mercadoria (ou serviços) estarão amanhã em relação à hoje. Existem diversos indicadores que apresentam funções e formas de cálculo distintas e que são utilizados para fins diversos. Alguns exemplos:


  • INPC – Se aplica a reajustes salariais e corrige o salário mínimo.
  • IPCA – Escolhido pelo governo para ser alvo das metas de inflação.
  • IGP-M – Usado para reajuste de contratos de aluguel.

Quando a inflação é negativa, chamamos de deflação. Isso indica que os bens e serviços caíram de preço no período de cálculo, em comparação com o período anterior. Por exemplo, o IGP-M do mês de junho fechou em -0,1%, ou seja, os preços dos produtos medidos por esse indicador, estavam 0,1% mais baratos no fim de junho em comparação com o fim de agosto. Quando a inflação é positiva, o lógica é a mesma, só que os preços sobem ao invés de cair. Com isso, concluímos que quanto maior a inflação, menos podemos comprar com nosso salário, pois os produtos estão mais caros.


Em geral, nossos salários são ajustados anualmente. Se esse ajuste for igual ao índice de inflação do ano (no caso o IPCA), apenas mantemos nosso poder de compra. Nesse caso não temos nenhum aumento real de salário, pois se nossa receita aumentou na mesma proporção que os preços do produto que queremos adquirir, continuamos comprando a mesma coisa. Por exemplo, se você ganha R$100 por mês e usa esse dinheiro para comprar dois pares de sapato de R$50. Se estes no próximo ano passarem a custar R$55 (aumento de 10%) e seu salário for subir para R$110 (um aumento também de 10%). Você continua comprando os mesmos dois pares de sapato. Ou seja, não ganhou nada a mais. Portanto, só recebemos um aumento real, quando este for maior que a inflação no período. Se o IPCA foi 5% e seu salário foi reajustado em 6%, aí sim, vamos poder comprar mais com ele.


A inflação está diretamente relacionada com o valor do nosso dinheiro, em outras palavras, com o que conseguimos comprar com o dinheiro que temos em nossas mãos. Com a inflação aumentando e quanto mais o tempo passa, menos produtos podemos comprar com os mesmos recursos. Por isso não é recomendado guardar dinheiro sem investir. Pois, se não estamos aumentando o capital, a inflação está reduzindo o nosso poder de compra. É como se estivéssemos perdendo dinheiro. Não basta juntá-lo, é preciso fazê-lo render juros!


Você que viveu na época da hiperinflação deixe um depoimento na área de comentários, assim os mais jovens podem ter ideia de quão difícil era aquela época! Além disso, ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário que iremos responder.


Rafael Rocha

2 comentários:

  1. Eu quero saber como está a inflaçaõ hoje no brasil??Vc pode me responder?

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  2. Olá,

    Posso sim, no site do IBGE tem esses valores. O IPCA acumulado nos ultimos 12 meses está em 4,09%. Mas se você quer saber o acumulado nesse ano até outubro (sem contar nov e dez) está em 3,46%.

    O site, caso queira consultar mas alguma coisa, é o seguinte:

    http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca_200910_2.shtm

    Persistindo alguma dúvida não exite em nos procurar!

    Abraço,
    Rafael

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